
O pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, mantém-se
à frente de seus adversários na disputa pela Prefeitura de São Paulo,
mas vê o petista Fernando Haddad mais do que dobrar seus índices de
intenção de votos no cenário mais competitivo pesquisado pelo Datafolha.
O levantamento também mostra, entre outros resultados, que a eleição
para prefeito da capital mais populosa do país é de grande interesse
para 37% dos eleitores até o momento. Para a pesquisa foram consultados
1077 eleitores da cidade de São Paulo entre nos dias 13, 14 e 15 de
junho.
Na simulação em que são apresentados os nomes de 10 pré-candidatos ao
eleitor paulistano, José Serra lidera com 30% das intenções de voto,
mesmo índice obtido na pesquisa anterior, realizada em março deste ano. A
segunda colocação também é mantida por Celso Russomano (PRB), que tem
21% das intenções de voto, oscilação positiva de dois pontos sobre o
último levantamento. A seguir aparecem, empatados, Fernando Haddad, que
tinha 3% em março e agora aparece com 8%, Soninha (PPS), que também tem
8% (ante 7% na última pesquisa), Netinho de Paula (PC do B), com 7%
(ante 10% há três meses), Gabriel Chalita, com 6% (tinha 7% na última
pesquisa) e Paulinho da Força (PDT), com 5% (ante 8% há três meses). Os
pré-candidatos Luiz Flávio Borges D’Urso (PTB) e Carlos Gianazzi
aparecem com 1%, e Levy Fidelix (PRTB), não obteve o mínimo de citações
para atingir 1%. Os que dizem votar em branco, anular ou não optam por
nenhum desses nomes somam 9% (ante 11% em março), enquanto 3% dizem não
saber em quem votar.
Candidato com maior avanço nesse cenário, Haddad viu suas intenções de
voto crescer, principalmente, entre os homens (de 5% para 12%), entre
aqueles de 45 a 59 anos (de 5% para 13%), no grupo dos que possuem curso
superior (de 3% para 12%), na fatia dos que possuem renda familiar até
cinco salários mínimos por mês (de 3% para 10%), na faixa dos que
possuem renda mensal superior a 10 mínimos (de 3% para 12%) e entre os
que declaram ter o PT como partido preferido (de 7% para 23%).
Líder, Serra ganhou nove pontos na fatia dos eleitores com 60 anos ou
mais (de 37% para 46%), mas perdeu nove pontos entre os que têm de 35 a
44 anos (de 30% para 21%). Entre os eleitores com ensino fundamental,
Serra oscilou de 26% para 31%. O tucano caiu, porém, entre aqueles que
têm renda mensal familiar entre cinco e 10 salários mínimos (de 39% para
31%). No grupo dos que dizem ter o PSDB como partido preferido, Serra
passou de 59% para 66%.
Ainda para a simulação com o maior número de pré-candidatos, Russomano
avançou, principalmente, no grupo de eleitores que têm de 35 a 44 anos
(de 16% para 30%). Entre as mulheres, oscilou de 18% para 23%.
Na pesquisa espontânea, quando nenhum nome é mostrado aos eleitores,
Serra é o mais citado como preferido para ser prefeito de São Paulo, tem
9%, três pontos a menos do que obteve em março, quando anunciou
oficialmente sua entrada na disputa pela prefeitura. Esse percentual o
coloca no mesmo patamar da senadora Marta Suplicy (PT), citada
espontaneamente por 6% (eram 7% na pesquisa anterior). A seguir aparecem
Russomano (4%, ante 2% em março), Haddad (4%, ante 1% em março),
candidato do PT, sem especificar nomes (3%) e o prefeito Gilberto
Kassab, que não pode disputar a eleição mas tem 2% (em março tinha 4%).
Outros nomes obtém 1%, casos de Lula e Paulo Maluf, mas metade (52%)
dos eleitores de São Paulo não sabe citar nenhum nome de forma
espontânea.
NETINHO SEGUE COMO MAIS REJEITADO; CONHECIMENTO DE HADDAD SOBE
O candidato do PC do B, Netinho de Paula, mantém-se como o candidato
mais rejeitado pelos eleitores de São Paulo. Quatro em cada dez (39%)
dizem que não votariam no vereador do PC do B de jeito nenhum. O
resultado é similar ao verificado em março, quando 40% diziam
rejeitá-lo. A seguir, no quesito rejeição, aparece José Serra: 32% dizem
que não votariam nele de jeito nenhum, oscilação positiva sobre os 30%
que diziam o mesmo há três meses. Em seguida aparecem, como mais
rejeitados, Levy Fidelix (20%), Paulinho (19%, ante 23% em março),
Soninha (19%, ante 22% em março), Haddad (12%, ante 15% em março), Luiz
Flávio Borges D’Urso (12%), Celso Russomano (11% ante 17% em março),
Carlos Gianazzi (10%) e Gabriel Chalita (10%, ante 14% em março). O
índice dos que rejeitam todos fica em 3%, enquanto 6% não rejeitam
nenhum (eram 2% há três meses).
Mais rejeitados, Serra e Netinho também são os mais conhecidos pelos
eleitores, juntamente com Russomano. Dizem conhecer o tucano 100% dos
eleitores da capital paulista, sendo que 75% dizem conhecê-lo muito bem,
e 20%, um pouco. Já Netinho é conhecido por 96%, sendo que 47% declaram
conhecê-lo muito bem, e 35%, um pouco. Para o candidato do PRB, o
índice de conhecimento fica em 92%, sendo que 35% dizem conhecê-lo muito
bem, 36%, um pouco e, 21%, só de ouvir falar. O pré-candidato Paulinho
da Força é conhecido por 87% (39% o conhecem muito bem). É seguido por
Soninha (79% a conhecem, sendo 28% muito bem, e 32%, um pouco), Levy
Fidelix (57% o conhecem, só 10% muito bem), Chalita (53%, sendo que 11%
dizem conhecê-lo muito bem, 21%, um pouco, e outros 21%, só de ouvir
falar), Haddad (49% afirmam conhecê-lo, mas só 9% dizem que o conhecem
muito bem, enquanto 19% afirmam que o conhecem um pouco, e 21%, só de
ouvir falar). Na comparação com março, a taxa de conhecimento de Haddad
foi a única a subir para além da margem de erro: foi de 41% para os
atuais 49%. Depois dele ainda aparecem Luiz Flávio Borges D’Urso,
conhecido por 19% (8% só de ouvir falar), e Carlos Gianazzi, conhecido
por 18% (9% só de ouvir falar).
CRESCE NÚMERO DE INDIFERENTES A APOIOS POLÍTICOS NA ELEIÇÃO PAULISTANA
Os eleitores paulistanos apontam estar mais indiferentes aos apoios
políticos os possíveis candidatos a Prefeitura de São Paulo. Entre todos
os nomes consultados pelo Datafolha, o apoio do ex-presidente Lula
ainda tem o maior peso: 39% dizem que o apoio do petista poderia fazer
com que optassem por um candidato a prefeito. Na comparação com o
levantamento de março, esse índice oscilou cinco pontos (eram 44%), após
atingir seu maior nível em janeiro, quando 49% diziam que o apoio de
Lula poderia levar a opção por um nome. Já os que diziam que esse apoio
era indiferente na escolha do voto somavam 33% há três meses, ante os
40% que declaram o mesmo na pesquisa atual. O apoio do ex-presidente a
um candidato faria com que 19% não optassem por esse nome (em março, 21%
tinham a mesma opinião).
O apoio da presidente Dilma Rousseff a um candidato poderia fazer com
que 28% o escolhessem, oscilação negativa de três pontos na comparação
com a pesquisa de março. No caso da petista, também aumentou a fatia dos
que se dizem indiferentes ao seu apoio na eleição paulistana: eram 48% e
agora são 54%. Os que dizem que o apoio da presidente faria com que
escolhem outro nome somam 16%, ante 19% em março.
A influência do governador Geraldo Alckmin na disputa pela Prefeitura de
São Paulo segue similar à de Dilma: 29% declaram que o apoio do tucano
poderia levar a optarem por um determinado candidato (eram 31% em
março), enquanto 47% dizem que esse apoio é indiferente (ante 42% há
três meses) e 23% dizem que o apoio do tucano os faria escolherem outro
candidato (ante 24% em março).
Quando questionados sobre o apoio do atual prefeito, Gilberto Kassab,
apenas 12% dizem que seu apoio a um candidato poderiam os levar a
escolher esse nome. Fatias iguais (43%) declaram que o apoio de Kassab é
indiferente ou fariam com que optassem por outro candidato. Na
comparação com março, oscilou para baixo (de 47% para 43%) o índice dos
que dizem que optariam por um não nome não recomendado por Kassab,
enquanto o índice de indiferentes foi de 38% para 43%.
Considerando esses quatro nomes, o Datafolha também pediu aos eleitores
que identificassem quem cada um deles estão apoiando na eleição
paulistana. Entre março e o levantamento atual, subiu de 10% para 19% os
que identificam Haddad como o candidato apoiado por Lula. A maioria
(63%), porém, diz não saber quem é o candidato apoiado pelo petista.
Também subiu, de 9% para 18%, a taxa dos que apontam Haddad como o
candidato apoiado por Dilma. Também somam 63%, nesse caso, os que não
sabem qual o nome apoiado pela presidente.
Quando perguntados sobre o apoio de Alckmin, 38% dizem que Serra é o
nome preferido do governador (eram 34% em março), enquanto 55% dizem não
saber. Serra também é visto por 23% como o candidato apoiado por
Kassab. Nesse cenário, 65% dizem desconhecer quem o atual prefeito apoia
para sua sucessão.
ELEITORES QUEREM NOVO PREFEITO COM AÇÕES DIFERENTES DO ATUAL
A maioria dos eleitores paulistanos deseja que as ações do próximo
prefeito de São Paulo sejam diferentes das tomadas por Gilberto Kassab. É
o que mostra o levantamento do Datafolha, que pela primeira vez na
atual rodada de pesquisas para a corrida eleitoral em São Paulo
perguntou aos eleitores se eles preferem que as ações do sucessor de
Kassab, de forma geral, sejam iguais ou diferentes às tomadas pelo atual
prefeito. Oito em cada dez (80%) dizem preferir que as ações do próximo
prefeito sejam diferentes, enquanto 13% dizem preferir que sejam
iguais. Uma fatia de 6% disse não saber optar por uma das duas
alternativas ou não respondeu.
Entre os eleitores que preferem Haddad (90%), Netinho (92%) e Chalita
(88%), fica acima da média o índice dos que preferem ações diferentes do
próximo prefeito. Tal tendência também é verificada entre os que
avaliam a gestão atual como ruim ou péssima (93% preferem ações
diferentes). O contrário é verificado entre os que dizem votar em José
Serra (72%) e avaliam o governo Kassab como ótimo ou bom (53%). No grupo
dos que têm mais de 60 anos, fica acima da média (em 23%) a taxa dos
que preferem que o próximo prefeito tenha ações iguais às do atual
prefeito.